Entre 2023 e 2024, a Bahia tem mostrado um comprometimento expressivo com a popularização da ciência, investindo cerca de R$ 9 milhões por meio de editais lançados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), que é vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti). Esses investimentos são fundamentais para ampliar o acesso ao conhecimento científico, fomentar a pesquisa e a inovação tecnológica, além de promover a aproximação da ciência com a sociedade em geral.
Editais como: “Metaverso no 2 de Julho”, “Apoio à publicações científicas e tecnológicas” e “Apoio a eventos científicos e de popularização das ciências – Eventos/Popciências”, lançados pela Fapesb, são instrumentos importantes para fomentar a ciência e o conhecimento em diversas áreas. Esses editais incentivam jovens, estudantes e o público em geral a se envolverem com a ciência por meio de eventos interativos, como feiras científicas, oficinas, exposições, entre outros.
O diretor-geral da Fapesb, Handerson Leite, avalia que a rápida expansão científica e tecnológica tem mudado a vida das pessoas nos mais diferentes aspectos, e a população deve entender melhor essas mudanças. “A ciência e a tecnologia invadiram o cotidiano e não podem mais ser entendidas apenas pelas elites. Além disso, a população jovem, cada vez mais cedo, precisa se aproximar do mundo científico, pois o desenvolvimento dos países dependerá de pessoas altamente qualificadas. O processo de popularização da ciência é hoje uma importante ação desenvolvida pela Fapesb”, reforçou.
Para Eraldo Medeiros, professor do Programa de Pós-graduação de Ecologia e Evolução da Faculdade Estadual de Feira de Santana (Uefs), contemplado em um edital de popularização da ciência, a existência de editais como o Popciências Eventos, por exemplo, é essencial para garantir que a ciência chegue a todos os cantos da Bahia.
“No meu caso, que coordenei o II Colóquio de Botânica Cultural da Uefs, realizado na primeira semana de setembro, pude ver o brilho nos olhos de jovens e adultos ao ouvirem, de forma prática e informativa, as diversas interações que os seres humanos desenvolveram com o universo das plantas. Esse tipo de apoio é vital para mostrar que a ciência não é uma realidade inacessível e elitizada, mas sim uma ferramenta poderosa que pode ser compreendida e utilizada por todos. Além de inspirar futuras gerações de cientistas, essas ações fortalecem a relação da população com a ciência, promovendo uma visão mais crítica e informada sobre o mundo ao nosso redor”, destacou Medeiros.
Publicações científicas
Outro exemplo significativo é o Edital de Apoio à publicação científica, tecnológica e de popularização da ciência, lançado pela Fapesb com um valor total de R$ 2 milhões, dividido em duas etapas. Na primeira fase, 57 projetos já foram contratados, totalizando cerca de R$ 1,6 milhão. Esse edital visa incentivar a divulgação científica e tecnológica, ampliando o acesso da população às pesquisas e o impacto na sociedade.
A professora Maria Dolores Sosin Rodriguez, da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), ressaltou que ser contemplada por esse edital representa um marco em sua carreira como pesquisadora e professora. Essa oportunidade não apenas fortalece o seu trabalho acadêmico, mas também contribui para a disseminação do conhecimento e o avanço da ciência na Bahia.
“A média de tempo dedicado para se tornar uma cientista doutora no Brasil é de, mais ou menos, dez anos. E nisso entram outras determinações sociais, como classe, gênero, raça e sexualidade, que podem dificultar ainda mais este processo. Ter sido contemplada, então, além de trazer para um público maior parte dos resultados desses mais de dez anos de dedicação à educação, à ciência, à pesquisa, é também compartilhar de um senso de pertencimento coletivo, pois toda a minha formação acadêmica se deu em instituições públicas”, destacou.
Fonte: Ascom/Secti
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