Cidadania Paula Paz

A rádio como fonte de transformação social

A função da rádio, em todas as suas esferas, não pode se limitar a, simplesmente, informar e entreter os ouvintes.

Sem deixar de lado, este que é um papel já legitimado, pela trajetória histórica desse veículo de Comunicação, é preciso possibilitar outras alternativas, que tenham como objetivo, contribuir na formação de uma visão crítica da realidade social, para que o ouvinte busque uma construção da verdade, sobre o mundo real, sentindo-se sujeito histórico do seu próprio tempo, um agente transformador.

O desenvolvimento da adolescência é fascinante, concomitante com a maturação corporal e sexual, percebe-se uma maior autoconsciência e reorganização da personalidade.

Durante a transição da adolescência, o jovem é vulnerável às influências internas e externas: sociais, éticas, morais…  e é, de grande valor, o vínculo com o próprio lar, o que evita maiores riscos, além de favorecer a segurança emocional.

Percebe-se, nesta fase, um interesse e ênfase nos processos de amizade. O jovem se prepara, também, para a vida adulta, assumindo, muitas vezes, responsabilidades sociais e até econômicas.

O adolescente demonstra instabilidade: de um lado volta-se de maneira infantil, para si, e de outro se mostra altruísta, fazendo questionamentos sobre o comportamento dos outros. Os educadores, de maneira geral, mostram a necessidade de instrução e vivência religiosa, para auxiliar o jovem no processo de humanização, nesta fase crítica de reorganização dos valores.

Neste processo de reorganização de personalidade e ajustamento, torna-se muito difícil, para o jovem, o fracasso, a crítica, a falta de reconhecimento e aceitação (real ou imaginária). O jovem busca emancipação, ao mesmo tempo em que necessita de apoio.

Entender o desenvolvimento intelectual humano, que o meio onde ele vive e interage possui significados culturais, com a participação de mediadores na construção do conhecimento, não é tarefa fácil e nem a intenção do presente estudo.

Entretanto, para compreendermos a importância desta experiência educativa, através de um veículo de Comunicação, faz-se necessário pontuar alguns dos conceitos que consideramos relevantes.

Nos estudos de Vygostsky, sobre pensamento-fala, encontramos uma diretriz para compreender a rádio, como meio, em um processo de troca de experiências dos participantes do programa que, através das suas histórias e falas, expressam a opinião sobre o tema abordado. Entendemos, através desse autor, que a fala é a expressão por palavras, de um sentido contextualizado e que, dependendo de outros repertórios, as mesmas podem adquirir outros significados, além das usuais, em razão de outras interpretações.

Por esse motivo, compreendemos que a comunicação é um dos fatores básicos da evolução social e que está ligada à consciência do sujeito, juntamente com o trabalho, produtos da vida social. Afirmamos que conhecimento não é o mesmo que informação, pois cada termo tem seu conceito analisado e reconhecido pelo seu campo de ciência e analisado e contextualizado pelos demais.

A liberdade de expressão, de ideias e de informação, é um direito de todos. Mentiras e calúnias são crimes! Mais do que nunca, torna-se urgente a aprovação de propostas de reforma política, que não apenas prevejam, o direito à livre informação, como também proponham a diminuição do abuso do poder econômico na Internet.

O debate de ideias, é anseio de todos durante as discussões políticas. A população sempre repudia ataques pessoais, ofensas, calúnias e baixarias. Aliás, a ética na política, em todos os níveis, foi o grito que ecoou, nas ruas, durante as manifestações. Mas o que estamos vendo, principalmente nas redes sociais, ultrapassa todos os limites da moral e do respeito ao cidadão.

O povo brasileiro enfrenta, diariamente, a miséria; a exploração laboral; a violência urbana; injustiças sociais; sonegação de direitos fundamentais; precariedade nos serviços públicos; o descaso das autoridades competentes; a corrupção explicita e a revoltante impunidade.

É a falta de participação e principalmente a falta de cobrança, que fazem com que nossos representantes tenham a convicção de que o povo aprova suas atitudes, e mais, que estaria conformado com as desigualdades sociais.

A declaração é, por si e em si, o documento básico que articulou os direitos inalienáveis de todos os membros da família humana e, de certa forma, seu conteúdo poderia ser visualizado como sendo o conjunto de anseios e esperanças, acalentados por gerações de homens e mulheres, crianças e idosos, das mais variadas raças, etnias e crenças religiosas – anseios e esperanças, essas, pelas quais todos, de alguma maneira, viveram, lutaram e pereceram.

A desigualdade social fere a dignidade humana, sem falar na corrupção e no enriquecimento ilícito, o que deveria ser investido no social, para um bem comum, é desviado por interesses pessoais.

Se as energias das grandes potências, deixassem de ser aplicadas em gigantescos projetos de destruição, a humanidade certamente venceria a “guerra” pacífica contra a miséria, a fome e a injustiça social.

Não podemos esquecer o papel da rádio, nem reduzir sua importância em meio a um processo de modernização. A rádio, como meio de Comunicação, tem uma importância fundamental na vida do cidadão e da comunidade a qual ele pertence.

É possível consolidar a política de Comunicação, tendo como foco a inclusão social, a democratização da Comunicação e o acesso à informação, fortalecendo os sistemas públicos e comunitários de produção de conteúdo.


 

Por: Ana Paula Paz Silva
Radialista, Jornalista e Administradora
Imagem: Internet

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