Meio Ambiente

Água tóxica: após tragédia, em Brumadinho, rio apresenta risco à saúde

Conselho para a população é manter distância de 100 m das margens do Paraopeba. Vale deve fornecer água potável

As águas do Rio Paraopeba, atingidas pela avalanche de lama, causada pelo rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho (MG), apresentam riscos à saúde humana e animal e não devem ser usadas para qualquer finalidade, alertou o governo de Minas Gerais na última quinta-feira (31/01).

Baseado nos resultados iniciais do monitoramento do rio feito pelo governo mineiro, o alerta foi divulgado pelas secretarias estaduais de Saúde, de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais.

“Diante disso e por segurança à população, os órgãos citados não indicam a utilização da água bruta do Rio Paraopeba para qualquer finalidade, até que a situação seja normalizada”, afirmaram em comunicado.

Para informar a população sobre a orientação, servidores da Secretaria de Agropecuária estão percorrendo 20 municípios na região. O contato eventual com as águas do rio não causa risco de morte, mas as secretarias recomendaram que moradores da área não se aproximem mais de 100 metros das margens.

Aqueles que tenham tido contato com a água bruta do rio ou ingerido alimentos que tenham tido esse contato e apresentarem vômitos, náuseas, coceira, diarreia e outros sintomas devem procurar assistência médica.

As comunidades que eram abastecidas pelo rio devem receber água potável da Vale, conforme determinação do governo mineiro. Também foi suspensa a necessidade de emissão de outorga para a perfuração de poços artesianos.

O número de mortos no desastre de Brumadinho, ocorrido na última sexta-feira, subiu para 110 na quinta, dos quais 71 foram identificados. Destes, 60 foram entregues às respectivas famílias, e 11 estão sendo avaliados pelo instituto. Por conta das condições dos corpos, o IML utilizará mais as técnicas de avaliação de arcada dentária e de DNA das vítimas. Outras 238 pessoas permanecem desaparecidas e 108 pessoas estão desabrigadas.

Segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM), quase 200 barragens de mineração no país têm alto potencial de danos sociais, econômicos e ambientais, assim como tinha a barragem Córrego do Feijão, que rompeu em Brumadinho.

Em 2017, um relatório da Agência Nacional de Águas (ANA) apontou que 45 barragens no país estavam em situação vulnerável em 13 estados e mais de 30 municípios. Segundo cálculo do jornal Folha de S.Paulo, cerca de 3,5 milhões de pessoas vivem em cidades com barragens com risco de rompimento.

A barragem de Brumadinho era considerada de baixo risco e foi certificada como estável pela empresa alemã TÜV-Süd após uma inspeção no final de setembro de 2018.


Por: Deutsche Welle
Fotos: Divulgação
Fonte: CartaCapital

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NeyBarbosa

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