Paula Paz Política

O quinto poder que sustentado pelo quarto, trabalha para eleger o segundo e o primeiro

Por Paula Paz*

A comunicação é, possivelmente, uma importante necessidade humana e sempre teve um papel fundamental na sociedade: o de fazer com que a informação chegue de forma clara, objetiva, sem ruídos ao seu destino, o povo. Porém, as informações que recebemos hoje em dia, são cada vez mais, favorecidamente deturpadas e, outras vezes, prostituídas.

Deram-nos ingressos para assistir um filme com enredo de comédia, mas ao final, nós, expectadores, saímos com a certeza que assistimos a um drama e terror que, ao que parece, está longe de chegar ao fim: o jogo do poder.  É em nome não do “filme”, mas no interesse, unicamente, na bilheteria “impostos”, que envolve plateias cada vez mais lotadas “votos”, interessadas em assistir ás cenas do longa metragem que dura toda a nossa existência. A propaganda feita para esse “filme”, pelos meios de comunicação, é tão convincente, tão incentivador, que o expectador “eleitor” nem se importa em arcar com ingresso, a pipoca e o refrigerante, sem nem ao menos se perguntar a quem estão dando audiência e enriquecendo. Pois bem caro leitor, após usar essa metáfora, sigo explicando que os meios de comunicação, outrora de imagem ilibada, têm caído cada vez mais no descrédito da população. Essa comunicação, que tem o importante papel de informar ao cidadão, todas as manobras feitas para ganhar seu voto, agora se debanda aos covis de lobos, para juntos extinguirem e aniquilarem, de vez, qualquer chance que o povo, o verdadeiro detentor do poder, tenha para assegurar sua dignidade mais básica: O Quinto Poder. Isso mesmo, estou falando do poder Midiático, que cria e detém o poder da formação e informação para propagar às massas, agora recriado para servir aos interesses escusos, sustentado e sufocado pelo poder econômico, perde sua legitimidade diante do povo.

Segundo Wolf (2008, 37), “Propaganda de massa estabelece um nexo direto com a manipulação da audiência”. Desse ponto de vista, os meios de comunicação sofrem “influência” ou “sugestão”, para que através das informações haja mudança de comportamento e suas ações sejam induzidas a novas atitudes.  Ouso mencionar aqui, que a mudança tão esperada é que o lobo seja visto em pele de cordeiro, pelo eleitor.

O livro de Thompson (2002), sobre escândalo político, mostra que a política é, hoje, ininteligível, sem que levemos em consideração a variável mídia.

Se a mídia é tão importante, devemos nos perguntar se ela está a serviço da informação/desinformação ou o que podemos fazer, se quisermos pensar em uma mídia democrática, cidadã, que faça seu papel em informar, levar conhecimento de forma total, desprovida de qualquer posicionamento oportunista.

O poder midiático enche os nossos ouvidos, propagando lorotas dos seus financiadores, que prometem cuidar do povo, mas nos bastidores, estão sendo muito bem pagos para criarem uma bela imagem dos que almejam se manter no poder.  Eleger seus sucessores, apadrinhados, esposas ou esposos, ou até mesmo a família inteira no primeiro e/ou no segundo poder, sim: estou falando dos Poderes Executivo e Legislativo. Convido você, caro leitor e eleitor, a ter ciência de quantas esposas ou esposos ou parentes de parlamentares, serão candidatos nessa eleição e deixo a seguinte reflexão: querem eleger seus parentes sanguíneos e consanguíneos, porque estão interessados em fazer valer o direito do povo ou manter a concentração do poder econômico e garantir que sua dinastia no poder se perpetue? Enquanto você mal teve tempo de refletir, já questiono: quando essas pessoas chegam ao poder, você se sente representado?

Nunca se perguntaram como alguém que nunca mostrou sequer um fruto de amor ao próximo, de repente seja lançado pelas mídias de comunicação como um quase herói das causas sociais? É o poder econômico, mais conhecido como o Quarto Poder, ditando as regras para eleger os “seus”. E, a pergunta que não quer calar: em troca do que, exatamente? Em troca do poder! O poder só respeita o poder! É em nome desse jogo de poder que o povo é cada vez mais prejudicado, que seus direitos são cada vez mais cerceados, sobrando, apenas, a determinação de cumprir com seu dever e, qual é o seu dever? Se você respondeu pagar imposto e ser manipulado, acertou.

Os pleitos são influenciados pelo poder da mídia. Assistimos proprietários de rádio, jornais, ser candidatos a cargos eletivos ou alguém da família, ou do círculo de poder, com único intuito de ter seu próprio canal para engabelar o povo, apregoando suas mentiras como se fossem verdades.

Enquanto isso, a maioria dos eleitores votam de forma desavisada, desinformados a respeito dos candidatos, influenciados por uma mídia que outrora fora isenta, mas hoje, representa o quinto poder e pode ser facilmente manipulada pelo detentor do quarto poder.

A força da mídia não está, apenas, em construir a realidade, mas também em ocultá-la. Quem tem poder para difundir noticias, tem poder para manter segredos e difundir silêncios. Portanto, cabe a nós compreendermos que o quinto poder não é onipotente e o quarto poder não é invencível. Devemos nos posicionar através do conhecimento, exercendo de forma legítima, ordeira e pacífica, o nosso poder.


*Paula Paz é Mestranda em Comunicação Social e Jornalismo, com ênfase em mídias sociais e digitais (Universidad Europea del Atlántico – Espanha); Maestría en Comunicación (Universidad Internacional Iberoamericana – Unini – México); MBA em Gestão Estratégica de Pessoas; MBA em Desenvolvimento Humano; Administradora; Coach em Relacionamento Interpessoal; Jornalista; Influencer Social; Influencer Digital e Radialista.

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PaulaPaz

Jornalista RPJ/DRT N.º 0006070/BA
Administradora, Gestora de Pessoas, Palestrante e Professora

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