Opinião

Coronavírus, uma Nova Era

Estamos vivendo dias difíceis, na Terra. Mas quem disse que viver seria fácil? Afinal, se há algo que não tem manual de procedimentos, este algo é a vida, e, acredito, que justo pela inexistência, deste manual, é que o Universo, vez por outra (talvez revoltado com tanta loucura…), nos envia uma prova(?), para que aprendamos a nos virar, a inovar, a evoluir.

Afinal, foram tantas provas em nós aplicadas ao longo do tempo, mas me parece termos uma resistência, natural, em não aprendermos o que realmente importa e prestar mais atenção ao que, de verdade tem valor. Como disse Antoine de Saint Exupéry: “O essencial é invisível aos olhos, só se vê bem, com o coração” (O Pequeno Príncipe). Gosto desta frase, mas como sei que o coração só serve para bombear o sangue e ter infartos (rsrsrs), eu diria que só se vê bem, com os olhos da mente, aqueles que ficam fora da caixinha, por vezes tão impregnada de escuridão.

Aproveitemos esta “crise”, abramos os olhos, saiamos da caixinha, nos aprofundemos mais em nós mesmos e mudemos oshábitos, sejamos mais humanos, gentis, amáveis, tolerantes, solidários… com o outro.

Não existe nada, absolutamente nada, que seja 100% completo e imortal, isso se aplica ao bem e ao mal, então, tiremos do evento Coronavírus, o lado bom, sim, ele tem o seu lado bom, não o vírus em si, obviamente, mas as mudanças que podemos operar, em virtude dele.

Pessoas em casa; famílias reunidas; menos acesso à Internet; todos à mesa num mesmo horário; pais ouvindo filhos e vice-versa; a leitura de um livro… nossa, quanta coisa podemos fazer, aquelas que procrastinamos em nome da falta de tempo, que cá pra nós, nem sempre é por falta de tempo e sim de interesse naquilo que achamos não ter tanta importância, inclusive, sermos mais constantes e presentes com a nossa família. Afinal, ela está sempre ali, não é mesmo? E temos a doce ilusão, de que ela estará ali para sempre.

É tempo de declarar o seu amor, a quem você ama; sentar no chão e brincar com seus filhos; fazer um carinho na pessoa amada; fazer amor, muito amor, e não estou falando de sexo, isso é consequência, falo de fazer pequenas coisas que revelam o amor pelo outro e que há muito, deixamos de fazer, porque não temos tempo e achamos que ou outro, nem liga para essa falta de sintonia. Falo de um amor universal, assexuado, um amor puramente espiritual.

Vivemos numa sociedade tão cruel e materialista, que exige de nós matar um leão por dia, ao invés de contemplar a beleza majestosa desta criatura e, assim, envolvidos por todo este materialismo e capitalismo selvagens, não nos detemos mais ante uma flor, para sentir dela o perfume; de uma criança, para captar a pureza do seu sorriso; dos nossos cães e/ou gatos, que tanto amor tem para nos dar.

Não, vamos vivendo como loucos, em busca de um não sei o que, que na realidade não nos leva a lugar algum, posto que o nosso último e real ato, é a morte, assim, morremos sem ter desfrutado o melhor da vida, o mel e o fel do amor (faz parte), enfim, os inúmeros encantos que a natureza nos oferece e de graça, sem concursos; sem trabalho; sem disputas; sem quaisquer cobranças, a não se a de que a respeitemos, já que ela é tão generosa conosco.

Mas sou capaz de apostar, que em virtude desta quarentena (ou será trimestralidade de reclusão? Vai saber.), muitos já sentem falta da algazarra das crianças brincando nas ruas; dos latidos e dos miados; dos jardins floridos; do bailado das ondas do mar e da sinfonia que os coqueiros orquestram.

Amo muito tudo isso, principalmente, porque adoro ir à beira mar, com o meu amor, apenas para contemplar o mar e também curtir outras inúmeras pequenas coisas, que fazem o nosso mundo maior do que parece, e isso, sempre senti, felizmente, antes do Corona.

Espero, sinceramente, que o período pós Corona, me traga (e a todos nós) novas e grandes emoções, para que eu possa aprender um pouco mais da vida e das pessoas, mas se o Grande Arquiteto do Universo assim não o quiser e fechar as cortinas para mim, que durante esta crise, eu possa fortalecer o meu emocional, adubar o meu espiritual e reforçar a minha crença, de que o material, nada mais me dá, além do que a sociedade exige que eu tenha, para ser considerada como pessoa. Mas qual nada, eu sou uma pessoa, somos todos pessoas, somos todos seres humanos dignos de amor e respeito, e, sendo assim, podemos sim, construir um mundo melhor, com ou sem Corona.


Ray Casales
Corretora de Imóveis – Creci/BA 20.597
Graduanda em Gestão Imobiliária

 

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Ray Casales

Artesã, Pedagoga em Formação

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